Momento Beleza Possível: Dá para namorar sem esquecer das amizades?

Confesso que durante o meu namoro mais longo (6 anos para ser mais precisa) deixei de manter contato e estreitar laços com algumas pessoas bem interessantes e bacanas. Penso que se na época eu tivesse manobrado melhor minhas emoções e a necessidade de ficar grudada no cara o tempo inteiro, hoje teria muitos outros amigos e amigas para a vida toda.
Se essa situação lhe parece familiar, saiba que esse tema rendeu uma pesquisa. Li esse artigo escrito pela repórter Marcela Buscato e apesar de não crer piamente em pesquisas, confesso diante da minha própria experiência com relacionamento e amizades que essa matéria bem que me convenceu.
Felizmente tenho amigas e amigos que compreenderam a minha cegueira durante a fase carrapato de namorado e o que era amizade virou uma relação de irmãos e irmãs pela força e intensidade adquiridas com o tempo, o carinho e a compreensão mútuas.

Quer namorar? Prepare-se para perder dois amigos

Um grupo de pesquisadores do Reino Unido analisou o círculo de amizade de pessoas comprometidas e descobriu que é verdade, sim, aquilo que muita gente apaixonada já desconfiava: o novo amor lhe custou amigos. Dois, para ser precisa.

A conclusão é do psicólogo britânico Robin Dunbar, professor da Universidade de Oxford. Ele perguntou para 540 voluntários quantos amigos próximos eles tinham (aquele tipo de pessoa que você vê pelo menos uma vez por semana e sabe que pode contar para escutar suas reclamações, chororôs e etc…). Dunbar descobriu que temos, em média, cinco desses melhores amigos. E que as pessoas que estavam em um relacionamento sério tinham quatro. Considerando que o amado é um desses amigos leais, para que ele entrasse no círculo de amizade, outra pessoa teve de sair. Logo, Dunbar concluiu que os comprometidos tinham apenas três amigos próximos e não cinco, como a maioria das pessoas.

Qual é a explicação para o “fenômeno”? Quem já passou pela experiência – e saiu magoada pelo abandono dos amigos – pode arriscar palpites maldosos. Coisas do tipo: “a fulana ficou com inveja porque eu consegui um namorado e ela não” ou o “fulano só era meu amigo para fazer bagunça por aí. Agora, eu não sirvo mais”. Já escutei isso de muita gente. O professor Dunbar garante que a dose de rancor na resposta é menor do que imaginamos. É que as pessoas apaixonadas e comprometidas em um relacionamento têm menos tempo para se dedicar aos amigos. Aquelas horinhas que elas passavam por semana conversando, dando uma volta ou fazendo simplesmente nada com o amigo, passam a ser dedicadas ao novo companheiro.

Não é um argumento compreensível? Eu juro que entendo e que não vou abandonar as amigas apaixonadas. Quero mais é que elas aproveitem essa fase tão importante do relacionamento. Ainda sim, não dá para entender por que alguém perde amigos por não dedicar tanto tempo a eles. É claro que se você ficar anos sem perguntar para um amigo como ele está, ele tem o direito de ficar bravo. Mas, apenas diminuir a freqüência com que vocês se vêem, não deveria ser motivo suficiente para abalar uma amizade (dessas como a do Calvin e do Haroldo nos quadrinhos). Amigo é aquela pessoa com quem você pode contar mesmo sem falar com ele há meses, para quem não dá vergonha de ligar nunca e em nenhuma hipótese e que sempre estará disposto a rir e chorar com você. Vai ver que esses amigos perdidos nunca foram amigos mesmos. O que vocês acham?

E vocês meninas, o que acham? Namoro realmente acaba atrapalhando na capacidade de manter as amizades mais próximas?